Por exemplo, houve um tempo em que tive certeza que era uma criatura do frio. Santa inexperiência e falta de viagem! Se todas as palavras exigem ser relativizadas ao contexto, "frio" e "calor" são os casos extremos de palavras que, de fato, quase não têm sentido em si. São referências, expressões puras de opinião, é sabido. E é sabido que no sudeste do Brasil não faz frio, o frio absoluto, o frio que se considera nas análises meteorológicas. Faz o frio relativo, o frio da brisa depois de um dia inteiro na praia, o frio no alto da montanha à noite que justifica mais ou menos o fondue com os amigos, o cachecol trazido das últimas férias. Com meus amigos indianos, iraquianos, turcos, descobri que é comum nativos de terras quentes se julgarem mais afeitos ao frio. Ai, que viver também é descobrir nossa falta de originalidade...
O que vários de nós na verdade queremos dizer quando concluímos que gostamos mais de frio é que gostamos mais do frio que faz aí nos trópicos. Ou seja, temos preferência por climas temperados. Ora, mas quem não prefere? No fundo, reclamar do excesso ou da falta de sol vem da nossa infantil insistência em não entender sua natureza. A natureza do sol me ensina muito sobra a felicidade. O sol não distingue quem ele aquece nem ilumina por raça, classe econômica ou social. Mas o sol não fica parado, ele está em constante movimento. E, por isso mesmo, todos os nossos momentos - de felicidade e de sol - têm caráter temporário. Não seria possível reconhecer a felicidade se fosse possível ser feliz o tempo inteiro. É pela ausência que reconhecemos o sol. A sua ausência é tão importante quanto sua presença iluminada, o inverno é essencial na apreciação do verão, e vice-versa. Devo muito às nuvens e à chuva pelo meu tórrido caso de amor com o sol.
O que vários de nós na verdade queremos dizer quando concluímos que gostamos mais de frio é que gostamos mais do frio que faz aí nos trópicos. Ou seja, temos preferência por climas temperados. Ora, mas quem não prefere? No fundo, reclamar do excesso ou da falta de sol vem da nossa infantil insistência em não entender sua natureza. A natureza do sol me ensina muito sobra a felicidade. O sol não distingue quem ele aquece nem ilumina por raça, classe econômica ou social. Mas o sol não fica parado, ele está em constante movimento. E, por isso mesmo, todos os nossos momentos - de felicidade e de sol - têm caráter temporário. Não seria possível reconhecer a felicidade se fosse possível ser feliz o tempo inteiro. É pela ausência que reconhecemos o sol. A sua ausência é tão importante quanto sua presença iluminada, o inverno é essencial na apreciação do verão, e vice-versa. Devo muito às nuvens e à chuva pelo meu tórrido caso de amor com o sol.
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